domingo, 1 de outubro de 2017

No meu canto

Em cada ponto tem um canto
Em cada canto as memórias
Em cada memória um espanto
Em que ponto estou Agora?

Cada ponto um tropeço
No tropeço uma estória
Na estória um recomeço
Tudo de novo Agora?

Volto no ponto,
Vejo o canto,
De novo me encanto,
Ali, ficou marcado na memória.

Passo de novo ao ponto
Tropeço no canto
Revejo toda a estória
E como ficou o Agora?

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Tenho medo

Tenho medo
E de tudo, me faço respirar
Me prende, me sufoca
Me liberto

Essa constante impregnada
Quero que se mude
A liberdade cativada a migalhas
Clamando por soltura

Nesse samba doido de afagos
Desafinados, tortuosos
Volúpia destonada

Sombras de mim
e o que vaga
Aquilo do todo que restou

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Triste olhar

E agora? Que não acredito em mim mesma
Que ser estranho que me olha
Passa dias sem me vê
E quando vê, me possui

Parece que suga a minha alma
Latejando dentro de mim
Sobrou só um sopro
QUE desdenha sempre voar

Olha que mais loucura seria
Vc viesse dizer me amar
Mas que ilusão me acercaria
Já q nunca consegui te encontrar

olha q espelho vivo a olhar
A solidão que me cerca
sem nunca adentrar
Chega em mim amor que delíra
Pra outra vez me deixar

domingo, 22 de maio de 2016

a retomada

Era uma ser, ínfimo em sua existência
Apenas contava estórias em sua mente
Sempre descrente, se via em uma vida,
Sem precedentes, Blasfêmia do universo
Talvez seria, não tinha eira nem beira
Vagava pelos submundos da mente.

Seus sonhos lhe contavam
Sua vida lhe passava
As mesmas estórias vividas
As mesmas estórias lidas.

Aquele sonhador, sonhando o sonho dos loucos
Vivendo a vida de pouco.

Seria ele um nada, ou seria ele tudo,
A linha tênue que vagava,
Seguindo do nada a tudo, e tão pouco.
Era ele um ser elucidado pelo destino,
Sentia a ira dos deuses
Comendo sobre seu couro,
Destronando seu ouro.

Lindos aqueles que clamam pelo horror
Os dias passados, os dias virão
Esperava ele sentado
A luz da escuridão.





quinta-feira, 8 de agosto de 2013

não existe amor...

vc se encontra com outro ser
divide tudo que há em vc

o desgosto toma conta do seu paladar
será que ainda dá tempo de se afogar?

já nem posso mais pensar em morrer
já nem sei mais o que fazer

era pra sermos dois
viramos sempre um

e o amor desfalece como a flor que me deu
murcha, caída como um corpo que envelhece

de egoismo nutre seu ego
de solidão morre sozinho

mais um corpo que chora
já nem come mais amora

era triste de pensar
agora reza pra acabar...

sexta-feira, 14 de junho de 2013

vida de saudade

ai que saudade da vida que não tive
e que nunca vou ter;
dos dias que voei com imaginação
e acordei sem nunca sair da solidão

ai que saudade daquela vida que não vivi
dos dias que só queria você ali
das noites que afastava todos os meus demônios
com o seu dragão.

ai que saudade da vida que não existiu
mal sabe ela ter sido a melhor
nasceu de um grande sonho de vida
e morreu sem ao menos dar um nó.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Espelho de Lacan

lacan, quando se olhava no espelho
olhava a si mesmo, ou o outro?
ou seu espelho eram olhos,
q quando se visto de outros
formavam a si mesmo?

era então narciso tão parecido,
que tentava em pleno rio
enxerga-se no espelho?

que busca de espelho então seria?
ver-se a si mesmo de outros
ou ver-se de si mesmo?

que filosofia viria?
ainda sou eu mesmo?
ou sou eu, outro?